TI da AGCO é desafiada a funcionar como startup

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10:13 am - 10 de junho de 2015

Tornar o solo brasileiro mais fértil para negócios e fazer com que seus tratores (das marcas Challenger, Fendt, Massey, Ferguson e Valtra) puxem vendas da linha de implementos agrícolas. Essa é a estratégia da montadora norte-americana AGCO que investe no programa “Semeando através da Tecnologia – Projeto de Implementos”, criado para expandir a capacidade das concessionárias de ofertarem soluções completas aos clientes, simplificando a cadeia de fornecimento e otimizando os processos de manufatura.

A iniciativa modernizou a ferramenta de vendas das revendedoras da marca para impulsionar a comercialização da linha de implementos agrícolas como plantadeiras, semeadeiras e distribuidores de fertilizantes. A proposta do novo sistema é permitir que o cliente faça configurações rápidas de produtos quando efetuarem a compra de tratores.

“A solução foi desenvolvida para possibilitar que os clientes comprem mais rápido tudo o que precisam na AGCO. Se o processo for demorado, eles desistem e vão buscar produtos na concorrência”, explica Felipe Soares, CIO que liderou o projeto e conquistou o prêmio Executivo de TI do Ano na categoria Agropecuária e serviços relacionados.

O projeto tem como patrocinadores a TI e o departamento comercial, que se uniram para alterar todo o processo de negócio da linha de implementos agrícolas da AGCO, desde o sistema de vendas até o planejamento de produção. Para garantir que todas as concessionárias da rede ofereçam a mesma experiência de vendas, o desenvolvimento da ferramenta se baseou nos princípios de design thinking, minimum viable product (MVP) e metodologia Agile.

A solução oferece ainda dados analíticos para a área de marketing tomar decisões. Para o CIO, a adoção desses modelos avançados de projetos trouxe aprendizado e aproximou a TI dos negócios, mostrando que a inovação vai além de questões técnicas.

Com o novo sistema, a indústria passou a ofertar produtos configuráveis mais alinhados com a cadeia de fornecimento. “Para cada dez vendas de implementos, somente duas são iguais, o que gera um grande impacto na produção”, explica o CIO. Como o custo de manufatura desses itens é alto, a ferramenta direcionou a fabricação, com produção sob demanda, agilizando em 300% os processos.

Soares aponta outros ganhos com a tecnologia como redução em 200% no tempo de processamento de pedidos, simplificação da fabricação dos implementos agrícolas e diminuição de inventário.

A colheita desses frutos exigiu a derrubada de alguns obstáculos. Entre os quais, ele menciona a mudança de cultura com a alteração de todo o modelo de comercialização, dificuldade para lidar com clientes distribuídos pelo interior de todo o Brasil e capacidade para suportar multimarcas. “Mas era importante manter a flexibilidade de oferecer produtos altamente customizados exigidos pelas variações de culturas, topografia, solo e clima de cada região produtora”, reforça o CIO.

A nova solução de vendas foi totalmente desenvolvida no Brasil pela equipe de Soares e pode ser exportada para outros mercados. Em dois meses, eles lançaram o primeiro private beta, que serviu como base para a estratégia de implementação em toda a rede de concessionárias pelo Brasil, que soma 395 revendedores. Todas foram treinadas em sete meses e passaram a utilizar a solução, que também propõe melhoria de relacionamento com os clientes.
Mais visibilidade para TI

Com o “Semeando através da Tecnologia – Projeto de Implementos”, Soares diz ter reforçado o valor da TI, hoje posicionada no centro das principais atividades da AGCO e que vem contribuindo para geração de receita. “Mostramos que TI entrega projetos alinhados aos negócios com rapidez”, argumenta o executivo.

“Na AGCO, desafio meu time a funcionar como uma
startup, que precisa ser ágil, desenvolver soluções simples e sensacionais”, diz o CIO, que se destaca pela habilidade de liderar transformações que geram valor para os negócios, apoiado por sua equipe de talentos com conhecimento de diversas industrias. “Isso gera inovações e uma instabilidade sadia ao ambiente. A estrutura organizacional utilizada possibilita que diferentes perfis de profissionais tenham condições de dar o seu melhor. Uns mais técnicos, alguns mais inovadores e outros mais comerciais”, ensina.

Para estimular o grupo de 60 profissionais diretos a trabalhar com bom humor, o CIO tenta tornar o departamento de TI mais descontraído, promovendo atividades festivas quando as metas são cumpridas, em contraste com o ambiente de manufatura, que tende a ser mais formal.

O executivo organiza danças, sessão de ginástica no pátio da montadora, e estimula os gerentes a virem fantasiados, conforme entrega dos projetos. Durante a “Semana da Natureza”, ele incentivou a carona solitária para que as pessoas da TI usassem menos o carro e reduzissem a pegada de carbono no planeta.
“Não somos como o Google, mas ao mesmo tempo que inovamos, também nos divertimos muito. Claro que fazemos isso no momento certo para relaxar e descontrair, sem esquecer dos deveres e do comprometimento com o trabalho”, enfatiza Soares.

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