MobJoy Games aposta em metodologia ágil para gestão de projetos

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8:07 am - 25 de agosto de 2014

Quando se pensa em uma startup de games muitas vezes vem à cabeça um local descontraído, dinâmico e com poucos processos. Mas o que pouca gente sabe é que processos bem estabelecidos, especialmente para gerir um projeto de ponta a ponta, são fundamentais para o sucesso de uma companhia desse tipo. E investir em metodologias nem de longe tira o clima descontraído, apenas garante que a ideia tenha uma boa execução e chegue ao mercado dentro do tempo e com qualidade previstos. Um bom exemplo de como isso acontece vem da MobJoy Games, sediada em Campinas, interior de São Paulo.

O CEO da companhia, Fabio Massuda, explica que, por vir do mercado financeiro e consultoria de negócios, sempre teve a questão processual muito bem estabelecida em sua forma de trabalhar e, por isso, trabalhou para inserir essa cultura na empresa desde sua fundação, em 2011. Como a indústria de games é dinâmica por natureza, houve uma preocupação inicial apenas em encontrar uma metodologia que não engessasse o trabalho e permitisse mudanças e reprogramações no meio do caminho com mais facilidade, assim, eles chegaram à Scrum, uma metodologia ágil para planejamento de projetos de software e que tem servido bem à MobJoy, com algumas adaptações, obviamente.

“O fato da metodologia ágil foi natural, muitas das pessoas com quem conversávamos já aplicavam e era comum a todos. Testamos outras coisas, falavam de Kanban, por exemplo, parte usou Waterfall, mas o que casou foi o SCRUM. Como qualquer metodologia é difícil aplicar à risca e dar 100% certo, precisa adaptar à sua realidade de empresa e à forma como conduz os projetos. Adaptamos, por exemplo, o cálculo de tempo que não era previsto na metodologia”, explicou.

Essa adaptação de cálculo era fundamental para comparar o trabalho de uma equipe diversifica, que tem de programador a um artista. Enquanto um é mais preto no branco, o outro depende de inspiração e dificilmente consegue-se prever a complexidade da criação antes de o profissional iniciar o trabalho.

A implantação de uma metodologia de projetos ganhou força na MobJoy não apenas pelo fato de Massuda ter levado isso de trabalhos anteriores. O executivo explica que desde o início da companhia havia uma ambição de se tornar um player global e, para isso, era preciso ser bem organizado, fugir do improviso e aprender a fazer tudo de forma mais eficiente. E ao que tudo indica, a estratégia foi acertada. Hoje, 95% do faturamento da companhia vem de fora do Brasil. Obviamente, existe uma questão de maturidade de mercado, Estados Unidos e Inglaterra, por exemplo, tem compradores de games mais assíduos e as pessoas estão habituadas também a comprarem dentro de aplicativos. No Brasil essa cultura ainda está em formação.

A MobJoy é especializada em games para dispositivos móveis e atualmente possui nove jogos no mercado que rodam nas plataformas Android e iOS. Toda a produção deles é local, desde a concepção até o design. Como o faturamento vem quase todo do exterior, as primeiras versões são sempre em inglês.

O executivo não consegue imaginar como seria a companhia se não tivesse sido implantado essa cultura desde o início e acredita que o bom desempenho também esteja atrelado ao fato de ter optado por uma metodologia ágil. “Temos ganhos de fazer coisas organizadas, mas com flexibilidade, reprogramando as coisas. Em metodologia mais tradicional é difícil porque a previsão é de ponta a ponta e, as vezes, no meio do projeto, você encontra algo novo que gostaria de incluir no jogo, se a metodologia engessa, você não inclui, na ágil, você adapta rapidamente. A cada duas semanas revejo e faço coisas novas”, comentou Massuda, que falará sobre o assunto durante o 2º Fórum Global de Gerenciamento de Projetos, que acontecerá no Rio de Janeiro, entre os dias 2 e 4 de setembro.

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