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8 tendências que vão ampliar o tráfego mundial na web

O estudo Cisco Visual Networking Index (VNI), realizado anualmente pela Cisco, aponta que o tráfego global IP atingirá 168 exabytes por mês em 2019, acima dos 59,9 exabytes por mês em 2014. Diversos fatores vão contribuir para esse salto, como internet das coisas (IoT, na sigla em inglês), além do aumento da velocidade da internet e das conexões móveis.

Veja abaixo sete tendências que vão ampliar o tráfego mundial na web, de acordo com o levantamento da Cisco, que está em sua décima edição.

1. Vídeo on-line
Os usuários de internet em todo o mundo estão ampliando a procura por vídeos on-line. O estudo mostra que, globalmente, 80% do tráfego será em vídeo em 2019. No Brasil, esse número será de 84%, em comparação com os 65% em 2014.

Em solo nacional, o tráfego de vídeos na web deverá triplicar, crescendo a uma taxa de 24% por ano e atingindo 3,7 exabytes por mês em 2019, contra 1,2 exabyte por mês em 2014. Os vídeos HD representarão 44,2% de todo o tráfego de vídeo IP no País, ante os 17,8% observados em 2014.

Hugo Santos, diretor do segmento de operadoras da Cisco, pontua que os usuários estão migrando para o consumo de vídeos por meio dos dispositivos móveis. “Esse quadro está associado ao aumento dos smartphones e do poder de processamento”, avalia.

2. Mix de dispositivos
Santos relata que o tipo de equipamento que acessa à web mudou, evoluindo do computador para dispositivos móveis e conexões máquina a máquina (M2M, na sigla em inglês). Hoje, de acordo com o levantamento, tablets são responsáveis por 3% dos acessos em todo o mundo. Em 2019, esse número vai crescer para 4% globalmente.

Os PCs passarão de 11% para 6%, as TVs de 11% para 12%, os smartphones de 15% para 19% e os celulares ‘não-smartphones’, que hoje representam 32% passarão para 13%. M2M, por sua vez, passará de 24% para 43%. Outros dispositivos, como wearables e relógios inteligentes, passarão de 4,9% para 3,6%.

No Brasil, M2M será responsável, em 2019, por 32%, smartphones por 25%, TVs conectadas por 15%, outros telefones 13,6%, PCs 7% e tablets 3%. Serão um total de 785.3 milhões de dispositivos em rede o Brasil em 2019, em comparação com os 492.7 milhões em 2014.

3. Avanço do IPv6
Com o esgotamento dos protocolos IPv4, a migração para o IPv6 não é somente necessária como urgente. A Cisco indica que, hoje, em todo o mundo 22% dos dispositivos conectados na rede estão preparados para IPv6. Esse número vai saltar para 41% até 2019. No caso do Brasil, não é diferente: 46% dos dispositivos conectados vão ser capazes de trafegar em IPv6 nos próximos cinco anos.

“O Brasil tem uma base grande de IPv4, mas as operadoras já têm implementações de IPv6 em andamento. A migração, no entanto, não é uma questão puramente tecnológica, há aplicações que não estão prontas para esse novo universo e esse é o desafio”, observa o executivo da Cisco.

4. M2M
Até 2019, o módulo M2M vai representar, em todo o mundo, 43% do total de dispositivos. O tráfego que vai gerar é pequeno, cerca de 3%, de acordo com Santos, porque muitas vezes são comunicações básicas, mas o desafio é o gerenciamento e a segurança. No Brasil, M2M vai representar 32% do tráfego, somando 251.2 milhões de devices em rede.

Casa conectada será, sem dúvida, o maior volume em M2M: 49% da comunicação máquina a máquina acontecerá nas casas. O setor de saúde, no entanto, também fará amplo uso da tecnologia, de acordo com as previsões da Cisco.

5. Cord-Cutting
Usuários tradicionais de TI passarão a assistir os programas pela internet. “Alguns dizem que pode levar a uma quebra na contração de serviço tradicional, mas no Brasil estamos longe dessa realidade”, observa Santos. 

Do ponto de vista de banda, um usuário tradicional de televisão consome 43 GB por mês de dados na web. Aquele que usa a internet para ver TV consome 92 GB.

6. Hotspots
Até 2019, em todo o mundo, serão 341 milhões de hotspot que oferecem acesso à internet em locais públicos. Os Estados Unidos vão liderar com o maior número, seguido por China e França. Não há dados sobre esse mercado em solo nacional.

“Esses hotspots terão um objetivo de negócios por trás para monetização a partir de serviços, como promoção com base na localização”, afirma.

7. Acesso Wi-Fi
O Wi-Fi, em 2019, vai dominar o acesso à internet em todo o mundo, com 52% dos dispositivos conectados à internet acessando a rede por meio do Wi-Fi. Apenas 14% serão feitos via redes móveis, como 3G e 4G. “Parece surpresa, mas se olharmos o acesso via rede móvel, ele representa menos do que 5% hoje. Então, há um crescimento grande associado”, pontua. No Brasil, 55% dos usuários optarão pelo Wi-Fi.

O conceito de “Community Wi-Fi”, segundo as previsões da Cisco, vai ganhar espaço nos Estados Unidos e na Ásia ganhará adeptos em 2018. Liderado pela Europa, o conceito permite o acesso wi-fi privado a algumas comunidades permitidas pelo ‘dono’ do wi-fi.

8. Velocidade
A velocidade da internet tende a crescer. Em 2019, mais de 10% das conexões fixas serão superiores a 50 Mbps. No Brasil, nos próximos cinco anos a velocidade da conexão fixa vai mais do que dobrar, saindo de 8.3 Mbps para 19 Mbps. “Com isso, quando a rede apresenta mais performance, a tendência é que o usuário consuma mais minutos de vídeo”, finaliza o executivo.

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