A digitalização dos negócios ou transformação digital não envolve somente o uso de novas tecnologias em parte dos processos de uma empresa. Deve englobar a utilização da TI em diversos níveis e áreas com o objetivo de gerar valor e receitas para o negócio, ultrapassando a automatização dos processos.
A transformação digital deve ser responsável por apoiar a criação de modelos de negócios com novas formas de interações, engajamento e experiência para funcionários e clientes, por meio da exploração de tecnologias que podem envolver mobilidade, big data, cloud computing etc, ou todas elas combinadas.
Segundo explica Marcos Cacalis, vice-presidente de Inovação e Soluções de Indústria da Softtek no Brasil, na prática, o conceito ainda é visto como estratégia isolada de marketing digital e a responsabilidade recaí apenas sobre o CMO. Mas, de acordo com ele, o ideal é que a digitalização envolva todas as áreas. Confira a seguir sete mudanças apontadas pela Softtek e que devem se tornar evidentes com a multiplicação dos negócios digitais:
1. O sonho como instrumento de venda
Com clientes cada vez mais exigentes, bombardeados pelo excesso de informações que circulam no mercado, destacam-se os fornecedores de serviços de tecnologia focados em entender e trabalhar as necessidades específicas de cada negócio, ou seja, os pain points. “Mais do que entender a necessidade do negócio do seu cliente, é preciso saber como encantá-lo, despertar sonhos e apresentar possibilidades até então não percebidas por ele e que podem ajudá-lo a tornar o negócio ainda mais rentável”, afirma Cacalis. Para o executivo, as equipes de vendas devem trabalhar cada vez mais com o olhar e o pensamento focados no consumidor que está na ponta da cadeia.
2. Negócios híbridos
Com o mundo digital, a entrada das companhias em nichos diferenciados também deve se potencializar. “Falamos em redes de supermercados que comercializarão passagens aéreas, em construtoras que além da venda do imóvel e oferecerão móveis planejados, entre outros”, afirma o vice-presidente da Softtek no Brasil.
Para ele, as fronteiras entre empresas de diversos nichos também passarão por um processo de transformação. “A era digital tem desafiado esses conceitos. A partir de agora o espaço que você ocupa no mercado não impede que sua empresa também atue em segmentos até então desconhecidos e que tragam ainda mais rentabilidade para o seu negócio”, ressalta.
3. Convergência entre o digital e o físico
Pessoas, negócios e coisas. Três palavras que estão envolvidas em tudo (ou quase tudo) o que discutimos hoje. A experiência do usuário tem-se tornado o ponto focal dos negócios e as diferenças entre o mundo físico e o virtual estão desaparecendo. “O que importa é a experiência final de compra do cliente e não mais o canal no qual ela é realizada”, afirma o executivo. Manter a competitividade e reter os consumidores do seu produto ou serviço significa proporcionar uma experiência diferenciada de compra, por meio de todos os pontos de contato, seja web, loja física, os canais mobile, social ou call center.
4. Consolidação do digital thinking
A digitalização vai além da projeção das informações em telas de smartphones ou tablets. Implica na mudança de pensamento de toda uma organização, sociedade, e o desenho de estratégias para a migração do modelo de negócios convencional para o digital, com companhias que criam negócios a partir de recursos digitais. “O digital thinking é um movimento inevitável e requer que as organizações enxerguem além da transformação digital das práticas atuais e troca de tecnologias. Exige a definição de uma estratégia totalmente digital, que envolva toda a empresa nesse modelo”, explica Cacalis.
5. Valorização das ideias
Propor soluções para incrementar os negócios e inovar passará a ser uma exigência dos compradores de produtos ou serviços. Para Cacalis, sairá à frente as empresas que demonstrarem habilidades para criação e incremento de novos produtos. “Muitas vezes, o fornecedor não precisará ditar o passo a passo, mas se houver boa capacidade de entender o negócio, e de quem faz uso do seu serviço, seu trabalho será muito mais valorizado”, reforça. Para isso, o executivo enfatiza a importância de mapear comportamentos e entender padrões de consumo. “O objetivo é ser visto sempre como parceiro de negócios”, observou.
6. Rapidez no lançamento de produtos
Mudanças na forma de lançamento dos produtos e serviços também está diretamente ligada à chegada dos negócios digitais. “A cobrança pela prestação de serviços em tempo recorde é natural quando falamos dos consumidores dessa nova economia”, lembra Cacalis. “Tanto fornecedores de serviços, quanto as empresas que desenvolvem o produto final serão cobradas por agilidade e inovação”, complementa.
7. Segurança das informações
Não será mais possível escapar de cuidados e preocupações com a segurança. Com a experiência do cliente em primeiro plano, é primordial pensar em sistemas e infraestruturas cada vez mais modernas e seguras para suportar a velocidade das respostas, agilidade na entrega dos serviços e lançamento de produtos. “A confiança do consumidor estará cada vez mais atrelada à segurança dos dados e informações, com altos níveis de exigência, considerando desde metodologias e processos dos fornecedores de serviços até a segurança nas tecnologias que atuam na ponta dos processos”, finaliza o executivo.