5 perguntas para o CEO: Felipe Bottino, da Pi
Executivo fala sobre startups e democratização do acesso às melhores práticas de gestão de carteira e soluções de investimento

Há sete meses, Felipe Bottino assumiu como CEO da Pi, que surgiu com a missão de facilitar a vida do investidor, por meio de uma plataforma transparente e segura. A empresa nasceu da união de mundos que parecem antagônicos: a robustez e a credibilidade do Santander, que investiu valor não revelado no negócio, mas não tem ligação direta com a Pi, e a inovação e a agilidade de uma fintech.
Formado em Engenharia, com Master em Engenharia Industrial e MBA no Massachusetts Institute of Technology (MIT), Bottino é jovem, mas tem uma experiência intensa no setor financeiro, com passagens pela Gavea Investimentos e Icatu Seguros.
Sua chegada à Pi está em linha do desejo do executivo de fazer parte de uma revolução no mercado de investimentos, que vem se desprendendo de taxas elevadas e processos burocráticos e complexos. Nesta entrevista à Computerworld Brasil, Bottino revela a força das fintechs e desafio de estar à frente da empresa.
Computerworld Brasil – Hoje, o mercado financeiro é dominado pelos grandes bancos, mas as fintechs estão ganhando cada vez mais força. Você acredita na inversão desse cenário, nas fintechs à frente desse mercado?
Felipe Bottino – As fintechs são importantes para o ecossistema financeiro, pois trazem ao mercado novas tendências. Acredito que o modelo vencedor é o que for capaz de unir essas vantagens à solidez e o controle de riscos que são característicos dos bancos.
CW Brasil – Qual é o principal desafio de atuar em uma fintech e como você, como líder da empresa, é desafiado todos os dias à frente da Pi?
Bottino – A Pi inova na tecnologia, na forma de se comunicar e nos serviços que agrega à plataforma. Uma das nossas grandes apostas é o modelo inédito no segmento que permite que os clientes acumulem pontos que serão trocados por dinheiro. Além disso, outro diferencial é proporcionar o acesso a carteiras exclusivas, compostas por ativos que levarão em consideração objetivos específicos, como a complementação da aposentadoria ou a compra de um bem. O grande desafio, portanto, é provar que a nossa proposta está entre as que prevalecerão no mercado.
CW Brasil – Qual é a ambição/propósito da Pi?
Bottino – A Pi chegou para democratizar o acesso às melhores práticas de gestão de carteira e soluções de investimento. Nos últimos anos, o ingresso a produtos mais sofisticados tem sido democratizado e hoje é possível investir nos maiores gestores do país com um aporte inicial muito baixo. Entretanto, até então, foi ignorada a importância da construção de carteiras de investimento bem balanceadas e com objetivos claros. A Pi é a primeira empresa a focar em parcerias com gestores de fortuna, que serão capazes de auxiliar o cliente a atingir seus objetivos.
CW Brasil – O que esperam da empresa daqui para frente?
Bottino – Esperamos até o final do ano ter a grade de produtos completa e focar cada vez mais em encontrar formas de encantar e ajudar nossos clientes a atingir seus objetivos. A Pi é uma empresa extremamente inovadora. Queremos ser relevantes e liderar esse novo movimento do mercado, com menos intermediação, menores custos para o cliente, informação e foco na venda de soluções de investimento e não em produtos.
CW Brasil – Acredita que falta educação financeira para o Brasil evoluir em seus objetivos?
Bottino – Acreditamos que com mais transparência e acesso a informações, o brasileiro se sentirá mais confiante para investir. Não temos a pretensão de ensinar nossos clientes a aplicar na bolsa ou dizer qual é o melhor momento de comprar dólar. O que queremos é ajudá-lo a criar disciplina para investir, consciência para escolher, e, principalmente, ajudá-los a realizar seus sonhos e objetivos.
Para isso, a Pi fechou uma parceria com o canal MyNews, no YouTube, apresentado pela jornalista e especialista em finanças pessoais Mara Luquet e por Antonio Tabet, um dos criadores do Porta dos Fundos. O MyNews está veiculando programas que unem humor e credibilidade para abordar temas ligados a investimentos. Um deles é o “Investimento é Pi”, que vai ao ar às quintas-feiras, às 20h30, e traz sempre como convidado um personagem conhecido do público e um especialista em finanças.