4 práticas que levam ao baixo aproveitamento da mobilidade nas empresas

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9:25 am - 15 de dezembro de 2014

Ok, ninguém discute que mobilidade veio para ficar. Mas a tendência ainda é subestimada dentro das empresas, mostra pesquisa “Antes da TI, a Estratégia”, realizada pela IT Mídia com CIOs das 500 maiores empresas do Brasil no início de 2014.

Pelo estudo, em “46% dos casos, a TI lidera o processo de adoção das novas tecnologias – mas […] somente 21% dos executivos afirmam ter necessidade de investigação [pesquisa
sobre melhor uso], mesmo havendo inúmeras possibilidades de impulsionar as operações e o negócio com ela”.

Isso tudo é reflexo de uma afirmação que pode parecer até um pouco contraditória, mas é real: mobilidade ainda é vista de forma operacional. Não há nada de anormal nisso, já que estamos em um processo de evangelização sobre as oportunidades estratégicas que existem.

Mas é preciso tirar essa ideia da cabeça. Identifico quatro comportamentos comuns que levam ao baixo aproveitamento de projetos móveis:

• Aplicativos?: suítes de aplicação para o ambiente mobile começam a ser desenvolvidas agora. O que vemos com mais frquência são clients móveis de programas já existentes, como é o caso de CRMs, por exemplo. Por isso, empresas ainda precisam desenvolver aplicativos para atender especificamente às suas necessidades – situação que, muitas vezes, é barrada logo no início pelo departamento financeiro para evitar custos, o que impede ganhos de produtividade.

• CIO envolvido, mas nem tanto: no momento da decisão sobre a estratégia móvel, o CIO ainda não está envolvido – e isso ocorre, inclusive, nas grandes empresas. O líder de TI tem acesso ao projeto já no fim do processo, tendo pouca ou quase nenhuma influência em seu desenho. Como pode dar 100% certo se algumas necessidades não são consideradas?

• Compra errada: existe uma dificuldade da própria equipe em entender benefícios da solução. Sem saber direito o que priorizar, empresas acabam utilizando o preço como nota de corte e contratam ferramentas inadequadas, com pouco ou nenhum efeito. Elas são taxadas de ineficientes, mas é a mesma coisa que tomar um remédio para dor de cabeça quando você sente enjoo. Existem peculiaridades em mobilidade que apenas um especialista consegue enxergar, por isso é importante que alguém se debruce sobre o tema antes de implantar um projeto.

• Compra exagerada: assim como há falta de aproveitamento por contratações subutilizadas, há gastos desnecessários. Em busca de melhor desempenho, empresas costumam apostar em modelos de smartphone e tablets caros, ou ainda adquirem acessórios, como capa de bateria extra, para evitar que o dispositivo apague em operações de rua. Contudo, basta habilitar algumas funcionalidades em ferramentas de MDM para que haja um melhor aproveitamento da bateria e da capacidade instalada do hardware, o que permite o uso de equipamentos mais baratos e dispensa a necessidade de acessórios (e gastos) extras.

Finalizo com um exemplo: certa vez em um cliente, por exemplo, fomos contratados para efetuar um simples bloqueio de funcionalidade, de forma a evitar o vazamento de informações e apagar dados remotamente, para casos de roubo ou perda do tablet. Quando iniciamos o trabalho, vimos que o projeto poderia ser bem mais estratégico e trazer atividades de gestão, que antes eram feitas em papel, para o dispositivo – e tudo isso com muita segurança.


*Vinícius Boemeke é diretor de marketing da MDM Solutions
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