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4 perguntas frequentes sobre infraestrutura com fibra óptica

Nos
meus 16 anos no mercado de infraestrutura de telecomunicações vi e ouvi muita coisa. E as
pessoas sempre fazem perguntas sobre fibra: querem saber como
suspendê-la ou dobrá-la, quais regulamentos devem ser observados, etc.
Por conta disso, resolvi reunir algumas das dúvidas mais comuns neste artigo.

1.    Posso dobrar a fibra em cantos vivos?
No
passado, ficávamos limitados a onde e como posicionávamos o
armazenamento de folga. Nós desenvolvemos carretéis no suporte aéreo
para garantir um grande raio de curvatura. Às vezes, fazíamos ajustes
passando por diferentes estruturas para acompanhar as curvas e absorver
toda a folga necessária. Agora, a fibra de raio de curvatura reduzida
(RBR) é classificada conforme um padrão específico; existem painéis,
quadros, caixas de parede, etc, que podem acomodar a folga na unidade.

Mas
isso vai significar que você não precisa mais se preocupar com bobinas
soltas? A perda na dobra desaparece? Você se incomoda em testar? Ainda
existem padrões de raio de curvatura de vidro de fibra óptica. O padrão
ITU-T G.657.A1 tem um raio de curvatura mínimo de 10 mm, o G.657.A2/B2
tem 7,5 mm e o G.657.B3 tem 5 mm. Com os raios de curvatura
especificados, você precisa manter sistemas limpos com o RBR apropriado.
Ainda pode haver perda na curvatura, mas talvez não da mesma forma que
no passado. Historicamente, você rastrearia a fibra para acompanhar
fisicamente a curva. Com a fibra atual, a perda na curva pode indicar a
instalação inadequada de um conector ou um problema de colocação dos
cabos em uma bandeja de emenda.

A
fibra RBR é um grande passo na tecnologia de fibra que se expandirá
para todas as partes da rede, incluindo a parte externa da fábrica.
Lembre-se que, com o uso adequado e controle do cabo, os técnicos devem
conseguir eliminar a perda na curvatura em toda a rede.

2.    Ouvi falar sobre conectividade de 8 fibras, mas uso MPOs de 12 fibras (multi-fiber push). Preciso mudar?
Existe
um ditado que diz “menos é mais”, mas neste caso, é o contrário. A
resposta é não, você não precisa mudar. Se bem gerenciada, uma infraestrutura MPO de 12 fibras
com mais fibras por conector fornece 50% mais fibras utilizáveis por
conector no mesmo espaço. Isso é importante, pois os padrões em evolução
continuam usando fibras duplex como opções de conectividade usando no
mínimo 100 Gbps.

O
principal motivo para a introdução de conectores MPO de 8 fibras foi
fornecer suporte a aplicações de sinais paralelos usando 8 das 12
posições de fibra disponíveis do conector MPO de 12 fibras, que é o
padrão da indústria. Esta aplicação normalmente ocorre em um transceptor
QSFP (Quad Small Form-factor Pluggable). Exemplos desse transceptor:
40GBase-SR4 ou 100GBase-SR4, nos quais quatro pares de fibras entregam
10G ou 25G cada um para atingir um canal de 40Gbps ou 100Gbps.

Existem
outras opções de conector multifibra, como o MPO de 12 fibras ou o MPO
de 24 fibras, que continua a ganhar popularidade no mercado. Ambos são
padrões da indústria. Os MPOs com mais fibras fornecem muito mais
flexibilidade arquitetônica e eficiência do entroncamento em comparação
com a aplicação de 8 fibras.

3.    Por quanto tempo posso suspender a fibra autossustentável?
A
maioria dos cabos de fibra óptica autossustentáveis pode suportar
mecanicamente as cargas de longas distâncias que normalmente são
especificadas para cada cabo. Porém, as extensões são frequentemente
limitadas pela tensão colocada no vidro da fibra óptica dentro do cabo
e/ou pelos requisitos mínimos fornecidos no National Electric Safety Code (NESC) (código nacional de segurança elétrica).

A
CommScope fornece extensões em três categorias: acesso de veículos
NESC, acesso de pedestres NESC e categoria “infinita”, dentro de cada
categoria de carga NESC: leve, média e pesada. Quando um cabo de fibra
autossustentável for encaixado em uma corda de suporte, como a corda EHS
de ¼” e 6,6 m, os limites de extensão da fibra autossustentável não se
aplicam, pois a carga está sendo colocada no fio e não no cabo.

A única maneira segura de conhecer as limitações é consultar as especificações do cabo.

4.    A fibra será a melhor solução para conectar rádios de rede celular no futuro?
Aqui está o consenso. As operadoras de redes móveis optarão pela fibra como a tecnologia preferida para backhaul e fronthaul para rádios de redes celulares sempre que possível, por causa do uso de largura de banda cada vez maior atualmente e no futuro.

A
densidade dos rádios no celular do futuro exigirá a convergência de
rede entre o tráfego com fio e sem fio, aumentando a adoção de soluções
de rede de fibra que fornecem a densidade, acessibilidade e
flexibilidade para os vários aplicativos necessários no futuro.

Outro
grande fator é a redução no consumo de energia e otimização do uso do
espaço na torre. Muitas operadoras agora estão mudando para a
arquitetura C-RAN
(RAN centralizada), e a fibra é fundamental nesta transição. Com a
C-RAN, as unidades de banda base (BBU) são deslocadas da parte inferior
da torre para escritórios centrais ou locais de agrupamento de BBUs, que
podem estar localizados a vários quilômetros de distância.

No
escritório central, as BBUs de várias estações rádio base são agrupadas
e conectadas à cabeça de rádio remota via conectividade fronthaul (para transportar dados das estações para o grupo de BBUs) e backhaul (para transportar dados das BBUs de volta para a rede principal).

A
C-RAN é uma maneira eficaz de aumentar a capacidade, confiabilidade e
flexibilidade da rede, reduzindo os custos operacionais. É também um
passo necessário rumo à cloud-RAN, na qual a funcionalidade das BBUs se
tornará “virtualizada”, permitindo maior elasticidade e escalabilidade
para futuros requisitos da rede.

 

(*) Carlos Morrison Fell é vice-presidente da área de engenharia de aplicações em campo da CommScope para a região das Américas

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