Máquinas dominando o homem, carros autônomos e até voadores, viver eternamente. Seria o fim dos tempos? Muitas pessoas acreditam em um futuro caótico, mas na visão do futurista e CEO da Agência do Futuro, Gerd Leonhard, o dia de amanhã é melhor do que pensamos. “Há problemas que tecnologias não resolvem como os sociais e os políticos, mas o futuro não é ruim”, sentenciou ele em apresentação no Ciab, evento sobre tecnologia bancária realizado em São Paulo, de 12 a 14 de junho.
Falando sobre tecnologia, humanidades e mudanças exponenciais, Leonhard listou dez princípios para o futuro que você precisa conhecer hoje. Confira a lista abaixo.
Em 2015, o mundo gerou 12 Zetabytes de informações. Em 2020, serão 47 Zetabytes e em 2025, 163 Zetabytes. O volume de informações cresce exponencialmente, revelou o especialista. Assim, com o passar dos anos, as tecnologias evoluem rapidamente e o valor delas também.
Mas, apesar de as tecnologias serem exponencias, os humanos não são. “Não somos máquinas. Somos o oposto de máquinas e isso é bom. Em cinco anos, o computador terá a capacidade do cérebro humano em 15 anos terá a capacidade de todos os cérebros humanos. Imagine um futuro em que a tecnologia é infinitamente poderosa, tanto que poderá resolver problemas”, refletiu ele.
Leonhard usou uma conhecida frase para provocar sobre o tema. “O que é muito simples para o humano é muito complicado para o computador e o que é complicado para humanos é fácil para PCs. Um exemplo são os sentimentos. Sem dizer uma palavra, pessoas podem estabelecer uma conexão. Máquinas, não”, comentou ele.
Você pode pensar que em alguns anos, os humanos terão pouco ou nenhum papel na sociedade. Mas a realidade está longe disso, segundo o especialista. De acordo com ele, a inteligência exponencial será relevante apenas se combinada com a humanidade exponencial. A automação, disse, promoverá, por exemplo, a desintermediação. Assim, os maiores bancos em 2025 serão empresas de tecnologia e plataformas.
“A tecnologia está nos mudando não por fora, mas por dentro. Ela pode alterar a forma como pensamos e somos. Quão longe você iria? Você implantaria uma tecnologia no seu corpo e seria um cyborg”, questionou ele.
Hoje, disse, a tecnologia pode até “tomar decisões” por pessoas, indicando o que as elas devem comprar, com quem namorar e para qual destino ir nas férias. “O mundo pode ser maravilhoso ou pode ser estranho caso nossos colegas de trabalho sejam robôs.”
A tecnologia pode promover felicidade? “Depende. Se eu falar com minha mãe do outro lado do mundo, sim, mas o que acontece ao tirar o fator humano?”, questionou ele, defendendo a relevância da humanidade nas relações tecnológicas.
“Os dados são os elementos mais poderosos do mundo. Precisamos saber como trabalhar com eles. Mas em um mundo no qual dados são o novo combustível, inteligência artificial é a nova eletricidade. Viveremos em um mundo baseado em dados e AI.”
Leonhard citou por diversas vezes o fator humano em meio à avalanche tecnológicac. Assim, para ele, à medida que mais pessoas se conectam à web e estabelecem raízes no mundo digital, é preciso fortalecer contratos sociais, responsabilidade, ética, regras e se certificar de que sempre os humanos estarão em primeiro lugar.
Datiasmo está se tornando importante, sentenciou o especialista. “Mas não esperem que algoritmos respondam tudo”, alfinetou. Leonhard referenciou frase de Ginni Rometty, CEO global da IBM, para explicar o tema. Certa vez, a executiva disse que as decisões em grandes empresas serão tomadas não por especialistas ou intuição, mas por big data e análises preditivas.
“Mas você acha que o software sabe tudo? Você confia em uma ‘caixa’? Há muitas outras coisas que nós humanos precisamos e temos de ter cuidado para não cair no machine-thinking, ou seja, no pensamento de que máquinas sabem mais e fazem melhor do que nós”, reforçou. “O mais importante de nós, humanos, é que não somos algoritmos, mas usamos algoritmos nos negócios.”
A mensagem do especialista é clara: homens e máquinas trabalharão juntos e não uns contra os outros. Postos de trabalho vão desaparecer, sim, mas outros surgirão e é preciso preparar o mercado e os talentos para essa nova realidade.
Essa parte é assustadora, revelou Leonhard. A evolução das máquinas terá impacto significativo nas rotinas. Mas isso não significa que será o fim do trabalho humano. “Tudo o que não puder ser digitalizado terá muito mais valor, como criatividade, emoções, imaginação, ética, empatia, consciência, valores, compaixão e intuição. Queremos pessoas criativas que fazem perguntas. Esse é o futuro.”
Para o especialista, a sociedade deve investir em um mix de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês) e humanidade, ética, criatividade e imaginação (HECI, na sigla em inglês). Uma não elimina e necessidade da outra.
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